Monday, January 31, 2011

Los Roques, Venezuela - 6 (final)


Passeios / Ilhas

  • Dicas sobre os passeios: É melhor ir para as ilhas próximas (Francisquí, Madrisquí e cayos próximos) no meio da semana, pois são mais frequentadas pelos venezuelanos nos finais de semana e feriadões. Você arrisca encontrar lanchas com som alto, um bocado de gente bebendo e ouvindo reggaeton... mas nem se preocupe muito: uma praia movimentada em Los Roques equivale a uma praia quase vazia no Brasil :)
    Venezuelanos curtindo o "piscinão" de Fancisquí
     
  • Se puder escolher, prefira um barco rápido, principalmente para os passeios mais longos. Só tivemos uma experiência ruim com um dos barqueiros, que não foi nos buscar na hora combinada. Acabei pedindo para outro barco nos levar de volta. A Fabiola, da pousada Guaripete, ficou indignada e arranjou outro barqueiro para os próximos passeios. Gostei muito do “capitão” Frenchy (ou algo assim), que nos levou para vários passeios; o barco dele tem a inscrição“Los Roques – Venezuela” bem grande nas laterais. O cara é gente fina e muito competente. Outro bom capitão é o do barco “Furioso”, uma lancha com dois motores Yamaha de 115 HP.
    Frenchy e seu ajudante descarregando nossas coisas em Cayo de Água

  • Você pode combinar com outras pessoas e alugar um barco para ir no local que mais desejar. O aluguel custa BsF 1500. Ou, se todos concordarem, podem pagar o preço normal do passeio “padrão” e estabelecer um roteiro diferenciado, com paradas em outras ilhas.
    Barcos em Francisquí: O pequeno Juan Andrés fazendo o papel de "ancora"

  • Uma sugestão para os casais que querem um pouco mais de privacidade: Quando o resto do pessoal do barco for para ilhas mais conhecidas, pedir para ficar em uma pequena ilhota ou banco de areia, como a Pelona de Rabusquí, ou Cayo Sardina. Claro que sempre pode aparecer mais gente depois...
    Dois casais em Cayo Fabian

  • Nossos passeios:

  • Madrizquí
    No primeiro dia, chegamos a Los Roques, deixamos as coisas na pousada e fomos em seguida para Madrizquí, que geralmente é a primeira opção de quem está chegando ao arquipélago, pois fica a poucos minutos de Gran Roque. 
     

    Esse passeio estava incluso no valor da pousada, mas custa em média BsF 25 a 30. É um lugar bem tranquilo, praia bonita de águas claras, tinha pouco movimento de pessoas naquele dia. 

    A quantidade de pequenos peixes nas águas rasas é impressionante, os cardumes tem milhares deles; você mergulha e fica completamente cercado pelos peixinhos, que parecem feitos de vidro!

    É interessante observar os pelicanos com seus mergulhos certeiros, e as gaivotas acompanhando e tentando roubar os peixes dos pelicanos. Na hora do almoço, as gaivotas nos cercaram para ganhar umas migalhas. 

    Caminhamos para o sul e atravessamos uma parte rasa a pé até a ilha vizinha, Cayo Pirata. 

    Ali existe uma colônia de pescadores, e ficamos observando a retirada de uma armadilha repleta de lagostas, sob o olhar atento de fiscais que verificam se os bichinhos atingiram o tamanho mínimo para pesca. Cayo Pirata não tem muitos atrativos, e logo retornamos para Madrizquí, onde ficamos até o final da tarde.
  • Crasquí  
  • Para mim, uma das praias mais bonitas de Los Roques. Fomos para lá no segundo dia, um trajeto de 20 minutos com um barco rápido.
   
Praia de Crasquí. Lá na ponta, restaurantes, ranchos de pescadores e uma área de camping.
  • A praia é ampla, uma verdadeira piscina de mar calmo, com areia branca e água totalmente cristalina.

    Na ponta sul da ilha, existe um lugar chamado Bajo los Venados, com algumas árvores e montanhas de conchas (botutos)

    É uma das melhores áreas para snorkel, cheia de corais. No momento em que entrei na água, vi uma arraia enorme e muitos peixinhos. A variedade de peixes é incrível: vi pargos, peixe-trombeta, peixe-papagaio, e o belo peixe-cofre. 

    A ilha tem uns 2 ou 3 restaurantes, e é um dos poucos lugares em Los Roques onde se pode alugar equipamentos aquáticos como caiaques. A área também é bastante procurada por praticantes de kite surfing. 

    Mas nesse dia não havia vento, nem ondas, e o silêncio na praia era total.

  • Boca de Cote
    No terceiro dia, com chuvas intermitentes, fizemos um roteiro mais movimentado. Primeiro, um longo trecho até Boca de Cote, no extremo sul do arquipélago – quase uma hora de barco.



  • É um lugar magnífico para mergulho e snorkeling: na minha experiência, o melhor de todos! Tem uma grande quantidade e variedade de peixes e corais, e visibilidade perfeita. Ali não tem praia, e não dá pé, então a lancha fica ao largo, e o pessoal usa os coletes salva-vidas para o snorkeling. Depois de uns 45 minutos, voltamos para o barco e seguimos para Rabusquí. 

     
  • Rabusquí
    É uma área bem rasa, junto aos mangues da ilha, onde você pode ver e pegar estrelas do mar. As estrelas são enormes, você pode tirá-las da água por alguns segundos para tirar fotos.

    No caminho, passamos pelos palafitos, que são ranchos de pescadores no meio do mar. Como era época da lagosta, os palafitos estavam ocupados, e os pescadores ficam lá durante toda a temporada.





  • Ainda fizemos uma parada não programada em Crasquí, porque uma nuvem de chuva se aproximava. Aproveitamos para almoçar nos abrigos junto aos restaurantes. Logo a chuva passou e continuamos nosso roteiro.

  • Noronquises
    É um conjunto de três ilhotas, onde se concentram as tartarugas marinhas. Quando o barco chega, elas começam a se afastar para águas mais profundas, mas conseguimos ver algumas. 

    O barqueiro também mergulhou, avistou uma tartaruga e me chamou, e no fim consegui fazer snorkeling acompanhando uma delas. Os pequenos lagartos (guaripetes) estão por todo lado, nessa e em todas as ilhas. 

    Eles são inofensivos, mas de vez em quando dão um susto no pessoal, pois são muito curiosos e ficam passeando por cima das suas coisas - até em cima de você, se bobear!

  • Francisquí
    Fomos para lá no quarto dia. Essa ilha fica bem perto de Gran Roque, e tem a injusta fama de não ser tão boa, porque recebe muitos turistas venezuelanos nos fins de semana. Como era uma sexta-feira, em baixa temporada, tinha umas 30 pessoas na praia... Na verdade, o lugar é lindo e vale muito a pena visitar.


  • Na praia principal, voltada para Gran Roque, há uma grande extensão de água bem rasa, que parece uma imensa piscina. No lado oeste, fica a barreira de corais e praias bem tranquilas: estavam desertas. Tem também um restaurante que serve peixe e lagosta. 

    Caminhando para o interior da ilha, há uma piscina natural gigante, que é excelente para snorkel. O barqueiro nos indicou a trilha. Vimos muitos tipos de peixes, enormes barracudas - com dentes enormes e aspecto feroz - e até uma estrela-do-mar magrela andando pelo fundo. 

    O maior problema foi chegar até a piscina, porque precisamos caminhar numa área semi-alagada pelas chuvas da noite anterior, e fomos quase devorados pelos mosquitos! 
     
  • Cayo de Água
    Esse é o passeio mais recomendado para quem vai a Los Roques. Como é a ilha mais distante, consultamos os barqueiros sobre as condições do mar antes de ir, e resolvemos adiar a ida para o quinto dia. 
    O longo trajeto até Cayo de Água - uma hora de barco

  • Vi relatos de pessoas que fizeram uma viagem muito desconfortável e ficaram mareadas nesse passeio. Tinha chovido bastante na noite anterior, mas o capitão “Frenchy”nos assegurou que o mar estava bom para aqueles lados. Realmente, o trajeto foi tranquilo, e durou exatamente uma hora. 

    A praia é muito bonita, principalmente o encontro do mar na faixa de areia (istmo) que liga as duas ilhas. Cayo de Água tem esse nome porque é o único lugar do arquipélago que tem água doce. Antigamente, era a fonte de abastecimento de água para as outras ilhas, mas foi substituído pelas usinas de dessalinização.

    A cor do mar é uma coisa irreal, com muitos tons do verde claro, turquesa e azul profundo. Realmente é imperdível. Ali não fizemos snorkel, só ficamos na praia, curtindo o visual e a água quentinha, e fugindo das nuvens de chuva ocasionais, que passavam rapidinho. 

    Alguns poréns... primeiro, tinha mais gente lá do que eu esperava, talvez por ser sábado, e porque o tempo havia melhorado naquela área. Outra coisa: as chuvas fortes da noite anterior tinham jogado algas sobre a praia, prejudicando um pouco o visual das areias brancas. Pior, havia bastante lixo acumulado nas praias do lado leste, muitas garrafas plásticas e todo tipo de tralha, provavelmente por causa das chuvas.
    Foi triste ver aquilo, porque todo o arquipélago transmite uma imagem de natureza quase intocada, e o único lugar com lixo visível era Cayo de Água! Nos despedimos da famosa ilha com o arco-íris de mais uma nuvem passageira...



  • Carenero
    Em vez de fazer o passeio convencional, que combina Cayo de Água com a ilha de Dos Mosquises (que tem um projeto de proteção das tartarugas e museu arqueológico), fomos diretamente para Carenero. 

    É uma ilha linda, com várias praias espetaculares. Tem uma piscina natural muito boa para snorkeling, mas nesse dia a água estava um bocado agitada. Além de prejudicar um pouco a visibilidade, a correnteza puxava em direção à barreira de corais. Para evitar acidentes, saímos logo e fomos passear pelas belas praias da ilha.


  • Esparquí
    No sexto dia, fizemos outro passeio longo, até Sebastopol, no extremo sudeste do arquipélago. A primeira parada foi para ver as estrelas-do-mar perto da ilha de Esparquí. 

    O lugar é lindo, uma área imensa de águas transparentes e rasas. O local tem muitas estrelas-do-mar, e você não cansa de admirar a cor da água...


  • Boca Los Bobos
    Foi a segunda parada do passeio. É uma área protegida, uma espécie de santuário ecológico para a reprodução dos pássaros. 

    Não dá para descer do barco, você fica ali parado, ouvindo o barulho de milhares de pássaros que fazem ninhos nas árvores próximas ao mar. 

    Nas águas transparentes, dá para ver muitos peixes.


  • Boca de Sebastopol 
    Outro lugar excelente para snorkeling, com muita variedade de peixes e corais. Não tem praia; o barco fica ancorado na água rasa e você nada até a área de corais. 




  • No caminho de volta, o barco passa por pontos muito rasos, onde a água fica quase branca de tão clara, e as tonalidades de azul variam conforme a profundidade. Um passeio belíssimo.
    Uma das garotas venezuelanas que nos acompanharam nesse passeio


  • Cayo Fabian
    Ali montamos nossos guarda-sóis e cadeiras, e passamos o resto do dia. 

  • É um banco de areia minúsculo, sem vegetação, cercado de águas rasas e muito transparentes.

    A areia se eleva a apenas alguns centímetros acima do nível do mar, e os únicos habitantes são uns sirizinhos. A ausência de vegetação significa que também não há mosquitos!

    Um lugar lindo e tranquilo, pra fazer muitas fotos e deixar o pessoal babando de vontade de conhecer! 

    Ali os barqueiros prepararam uma espécie de carpaccio de “botuto”, um molusco típico do local com jeito de escargot. As conchas de botuto formam verdadeiras montanhas em diversas ilhas de Los Roques. 
    botuto marinado e crackers

    Na verdade, a pesca do botuto é proibida, pois está em risco de extinção, mas o pessoal come assim mesmo. Alegam que é um prato tradicional deles.
    Jase e a concha do botuto (obrigado Sybil pela foto!)
    As meninas venezuelanas aproveitaram para brincar de frisbee nas águas rasas.



  • Cayo Vapor
    No sétimo e último dia escolhemos um destino próximo, pois precisavamos retornar mais cedo para pegar o voo de volta para Caracas. Este passeio estava incluso no valor da pousada. 


  • Também é uma ilhota bem pequena, com alguma vegetação rasteira. 

    De um lado, tem a praia e uma espécie de baía de águas calmas. Do outro lado, fica a barreira de corais. 

    Ali também é um bom lugar para snorkeling, com boa variedade de peixes, mas a água é bem rasa, com muitos corais: é preciso ter cuidado para não se machucar.

Para quem quer mergulhar
  • Existem três operadoras de mergulho em Gran Roque: Ecobuzos, Aquatics Diving Center e Arrecife Reef Divers. O pessoal que usou diz que todas são boas, com pessoal treinado e sério. Os mergulhos custam em torno de 90 dólares. Na Ecobuzos, deram o preço de BsF 665 para fazer o batismo, ou 95 dólares, com todo o equipamento. Infelizmente, não conseguimos fazer durante a nossa estadia. Fica para a próxima! Como consolo, podemos dizer que o snorkeling em Los Roques foi além de todas as expectativas: vimos arraias, tartarugas, muitos peixes grandes como barracudas, garoupas, moréias, frades, baiacus e muitos peixes coloridos de arrecifes.
Volta para o Brasil
  • Volta de Los Roques: O check in da Jomicol é ali mesmo, ao lado da pista de pouso, não demorou nem dois minutos, nem pesaram as malas. Para quem viaja pela Aerotuy, tem que ir até o escritóriozinho deles na praça central, reconfirmar, pesar bagagens, tem toda uma burocracia. Nosso voo de volta foi com um aviãozinho “Britten-Norman Islander” para 9 passageiros, parece uma kombi com asas:)
    Los Roques vista do avião

    Foi um voo tranquilo e lindíssimo, a visão do arquipélago na saída é espetacular, dá vontade de fazer meia-volta e ficar lá!
    finalzinho da tarde sobre o mar, chegando em Caracas


  • Chegando no terminal auxiliar, precisamos pegar um táxi até o terminal internacional, porque não dava para encarar o caminho a pé! A tarifa mínima do táxi era BsF 50, mas ele topou fazer por BsF 40, afinal são uns 700m de distância.
  • Fomos diretos para a fila do check-in da Varig. Uma fila enorme. O atendimento era lerdo, com poucos atendentes nada gentis. Mais uma vez, a Varig não honrou as reservas de assentos que eu havia feito.
  • Após o check-in, pagamos a taxa aérea internacional na “Areo Tasas”, no valor de BsF 162,50 por pessoa, e gastamos o resto dos bolivares no lanche, esperando a hora do voo na pracinha de alimentação. O Free Shop não é muito interessante, só é vantagem se pagar em bolívares.
  • Ao contrário do que havia lido, o esquema de segurança era meio fraco e não nos incomodou. Não vi ninguém da Guarda Nacional revistando malas, ninguém tirou sapatos, nada disso. Só passamos por uma máquina de raio X, e depois uma revista mal feita no corredor de embarque. O pessoal da segurança não parecia muito empenhado...
  • O resto da viagem para o Brasil foi tranquilo. Chegamos cansados, mas felizes por conhecer um cantinho do mundo que é um verdadeiro paraíso!
  • Se quiser saber mais, entre em contato comigo. E você pode ver todos os meus videos de Los Roques em http://www.youtube.com/user/kakaphotos